quarta-feira, 30 de maio de 2012

Discriminação contra gênero, opção sexual e procedência regional poderão fazer parte do Código Penal

Discriminar uma pessoa por ser mulher, homossexual ou nordestina pode virar crime inafiançável. A Comissão Especial de Juristas encarregada de elaborar proposta para um novo Código Penal aprovou na última sexta-feira (25) a alteração do artigo da Lei 7.716/1989, conhecida como Lei do Racismo, para proibir a discriminação também por gênero, opção sexual e procedência regional. O texto já prevê a punição para "discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional".

A proposta leva para o anteprojeto de revisão do Código Penal a criminalização da homofobia, prevendo para este tipo de prática as mesmas penas já existentes para a discriminação de raça ou de cor. Se a proposta for aprovada pelo Congresso Nacional, passa ser prática criminosa, por exemplo, impedir um travesti de entrar em um estabelecimento comercial ou um aluno transexual de frequentar uma escola.

Também ficam proibidas as incitações ao preconceito e as manifestações ofensivas através de meios de comunicação, como a internet. A proposta tornaria claro o que fazer em relação a casos como o da estudante Mayara Petruso, condenada este mês a um ano e meio de prisão por ter divulgado ofensas contra nordestinos em redes sociais. As penas previstas para esses crimes continuam as mesmas expressas na lei, variando de um a cinco anos de prisão.

Mercado de trabalho

O novo texto trata de outro assunto delicado: a discriminação da mulher no mercado de trabalho. Ao incluir o preconceito de gênero entre os previstos na lei, as empresas públicas e privadas ficam proibidas de demitir, deixar de contratar ou dar tratamento diferente em função de cor, raça, gênero, procedência ou opção sexual.

A medida beneficia diretamente a atuação das mulheres no mercado de trabalho, onde elas ainda esbarram em vários tipos de distinção, principalmente salarial. A inclusão expressa da diferença salarial na lei chegou a ser discutida entre os juristas, mas acabou rejeitada sob o argumento de que criminalizar a diferença salarial entre homem e mulher poderia acabar prejudicando a contratação da mão de obra feminina.

Drogas e crimes eleitorais

A comissão especial volta a se reunir na próxima segunda-feira (28) para discutir a legislação sobre drogas e também sobre crimes eleitorais. Para o relator da comissão, o procurador da República Luiz Carlos Gonçalves, a maior polêmica prevista para a próxima semana será a criação de nova prática processual: a "barganha". A intenção é permitir que um processo judicial já em curso possa ser encerrado em caso de acordo entre as partes acusador e acusado, com cumprimento de pena.

Atualmente, tal possibilidade só existe em alguns poucos tipos de crime e mesmo assim antes de o processo ser instaurado. Uma vez iniciado o trâmite judicial, ainda que haja acordo entre Ministério Público e acusado, não é possível interromper ou encerrar o processo.

Comissão de reforma do
Código Penal criminaliza a...

Fonte: Senado Federal
Edição: Oliveira Alves.

Cheque-caução: exigência para atendimento de urgência será crime

Exigir cheque-caução ou outra garantia para prestar atendimento médico de urgência agora é crime. A Lei 12.653/2012, publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (29), acrescenta a conduta de condicionamento de atendimento médico-hospitalar de urgência ao Código Penal (Art. 135-A), com pena de detenção de três meses a um ano. A pena pode ser dobrada, se a falta de atendimento resultar em lesão corporal grave, e triplicada, se levar à morte do paciente.

A exigência de cheque-caução já é considerada irregular pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e por órgãos de defesa do consumidor. A mudança no Código Penal, no entanto, passa a considerar a prática criminosa.

A nova lei, que ainda deve receber regulamentação do governo, também proíbe a exigência de preenchimento de formulários antes da prestação do atendimento médico de urgência.

O projeto que deu origem à lei (PLC 34/2012), de autoria do Poder Executivo, foi aprovado no Senado no início deste mês. Segundo o relator da proposta na Casa, senador Humberto Costa (PT-PE), o objetivo é priorizar a vida em vez de subordinar tudo ao lucro e ao ganho.

Um dos casos que motivaram a iniciativa do governo federal foi a morte em janeiro de Duvanier Paiva, então secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, depois de dois hospitais particulares de Brasília terem recusado atendimento a ele. Com sintomas de infarto, o servidor, de 56 anos, não teria sido atendido por não levar consigo um talão de cheques para oferecer a caução. Quando finalmente recebeu socorro, no terceiro hospital, seu quadro já era irreversível.

A nova lei obriga, ainda, os estabelecimentos de saúde com serviço de emergência a exibir, em lugar visível, a seguinte informação: Constitui crime a exigência de cheque-caução, de nota promissória ou de qualquer garantia, bem como do preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial.
 FONTE: Agência Senado
 EDIÇÃO: Oliveira Alves.

Executiva Estadual do PT decide enviar comissão para avaliar situação em Sigefredo Pacheco

A Executiva Estadual do PT esteve reunida nessa segunda-feira, 28, para discutir, entre outros temas, a situação do PT de Sigefredo Pacheco, que realizou prévia para decidir que rumo tomar nas eleições de 2012. A executiva decidiu enviar uma comissão de inspetores para analisar a situação e definir qual será a posição final do partido.




De acordo com o presidente do diretório municipal, Neto Soares, quem participou da reunião pode afirmar que, se tivesse sido colocado em votação o processo, a tese da parte do partido que defende a aliança com o PP (Partido Progressista),seria mantida pois ficou comprovado que a eleição foi legal.

“Não existiu nenhum ato do presidente que fosse contrário ao Estatuto do PT. Mas a votação não ocorreu porque o PT estadual defende um acordo entre as partes envolvidas e enviará uma comissão ao município com essa finalidade”, explicou o presidente.

Fonte: Portal Campo Maior
Edição: Oliveira Alves.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Cabo de computador é usado para substituir algemas no Piauí

Improviso. Em Parnaíba (PI), segunda maior cidade do Piauí, homens são levados para exame de corpo de delito presos um ao outro por um cabo de computador. A cena, no mínimo inusitada, foi registrada nesta segunda-feira (28), em frente à Santa Casa de Misericórdia, centro da cidade.

Homens amarrados a um cabo de computador
 Ao todo, cinco homens foram levados à unidade de saúde por policiais do 1º Distrito Policial da cidade. Um dos agentes de plantão no momento do procedimento explica que o cabo foi usado por falta de algemas. A delegacia contava com apenas um utensílio.

Assim, dois presos foram algemados, um foi escoltado com as mãos livres e os outros dois amarrados pelos pulsos com o material originalmente usado para conectar um monitor à CPU do computador.

O portalODIA.com tentou contato com as delegadas titulares do 1º DP, Valéria Cristina, e da Delegacia Regional de Parnaíba, Maria de Jesus Bastos. Nenhuma delas foi localizada através dos telefones fixos das delegacias.

Procurado pela reportagem, o delegado geral da Polícia Civil, James Guerra, comentou genericamente o assunto. Disse apenas que mais de quatro pares de algemas "foram enviadas há 60 dias para a [Delegacia] Regional de Parnaíba" e que "o procedimento não é padrão".

Após serem examinados por um médico, os presos foram transferidos para a Penitenciária Mista Fontes Ibiapina, localizada em Parnaíba. Acusados de furto, receptação de produtos roubados e lesão corporal, os homens aguardavam há dias vagas na unidade prisional. 

Fonte: portalODIA.com
Foto: Portal do Catita
Edição: Oliveira Alves.